Enquanto isso, no penúltimo dia de 2019, Bolsonaro assinou um longo decreto em que, além de alterar profundamente a estrutura de cargos e funções de nomeação política no MEC, também abriu brecha para que o próprio governo possa editar os livros didáticos distribuídos gratuitamente a alunos de escolas públicas – atualmente, eles são comprados de grandes editoras do setor.
Um dos artigos do decreto determina que a diretoria de alfabetização poderá “elaborar materiais e recursos didático-pedagógicos de alfabetização, de literacia e de numeracia”. Segundo a jornalista Vera Magalhães, isso pode abrir as portas desse mercado para editoras nanicas ligadas a Olavo, o ideólogo que vê uma doutrinação marxista embutida nos currículos escolares e acha que o governo deve abrir mão do papel de fornecer educação aos cidadãos.
Quer dizer: disfarçada em seus trajes de cruzados medievais em uma guerra santa contra o comunismo e em defesa de valores ultraconservadores, a turma de Olavo está de olho num negócio de R$ 2,3 bilhões. E tem relações estreitas com Nadalim, secretário de Alfabetização do MEC.
12.2.20
Só as melhores intenções
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